No início do Séc. XX, havia um sentimento geral de que não era mais possível renovar a arte tradicional. As escolas literárias repetiam suas fórmulas. A superficialidade convivia com a crença de que a evolução tudo comandava e pouco cabia ao homem nesse processo.
No entanto, um movimento forte e amplo - o Modernismo - viria dar fim a este marasmo e implantar o inconformismo.
Modernismo, não foi apenas produto de uma evolução estética: ele decorreu de todo um estado de espírito formado pela cultura da época e que repercutiria em todas as artes, integrando literatura, pintura, música arquitetura, cinema, etc. A primeira Guerra Mundial foi o grande divisor das águas...
Nesse contexto surgiram as vanguardas européias, que antecederam e originaram o Modernismo literário. Vanguarda vem do francês e significa extremidade dianteira dos exércitos em luta. E a literatura de vanguarda foi realmente combativa, polêmica, desbravadora e irreverente. Os vanguardistas da época valiam-se do deboche, da ironia e da luta verbal com o objetivo de substituir a arte passadista pela arte moderna.
As principais vanguardas européias foram:
- Cubismo.
- Futurismo.
- Dadaísmo.
- Surrealismo.
De 1940 a nossos dias, o Modernismo português desenvolveu várias tendências; Neo- Realismo. Ecletismo, Humanismo dramático, Realismo contraditório e Experimentalismo polivalente.
Características:
- atitude irreverente em relação aos padrões estabelecidos;
- reação contra o passado, o clássico e o estático;
- temática mais particular, individual e não tanto universal e genérica;
- preferência pelo dinamismo e velocidade vitais;
- busca do imprevisível e insólito
- abstenção do sentimentalismo fácil e falso;
- comunicação direta das idéias: linguagem cotidiana.
- esforço de originalidade e autenticidade;
- interesse pela vida interior (estados de alma, espírito..)
- aparente hermetismo, expressão indireta pela sugestão e associação verbal em vez de absoluta clareza.
- valorização do prosaico e bom humor;
- liberdade forma: verso livre, ritmo livre, sem rima, sem estrofação preestabelecida.
Principais autores:
Três grandes gerações de autores:
1ª geração - o Orfismo : Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros e outros;
2ª geração - o Presencismo: José Régio, João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca e outros;
3ª geração - o Neo-Realismo: Alves Redol, Ferreira de Castro, Jorge de Sena e outros.